A escrita, a princípio, tomou a forma de uma espécie de autoajuda para Milena Carvalho como ferramenta do processo de narração de um trauma sofrido. A recepção do livro pelos leitores adolescentes incentivou a autora a desenvolver um projeto com esse público.
Levando em conta a necessidade de falar sobre o tema da violência sexual contra crianças e adolescentes, o projeto A Cripta da Dor realiza rodas de leitura do Quem é essa mulher? nas escolas e reúne psicólogos, assistentes sociais, advogados e entidades públicas de defesa da criança e do adolescente para esclarecer, refletir e discutir com meninas e meninos conceitos sobre abuso e violência sexual.
A cripta da dor
A escrita, a princípio, tomou a forma de uma espécie de autoajuda para Milena Carvalho como ferramenta do processo de narração de um trauma sofrido. A recepção do livro pelos leitores adolescentes incentivou a autora a desenvolver um projeto com esse público.
Levando em conta a necessidade de falar sobre o tema da violência sexual contra crianças e adolescentes, o projeto A Cripta da Dor realiza rodas de leitura do Quem é essa mulher? nas escolas e reúne psicólogos, assistentes sociais, advogados e entidades públicas de defesa da criança e do adolescente para esclarecer, refletir e discutir com meninas e meninos conceitos sobre abuso e violência sexual.
A cripta da dor
"Sou mulher e muita coisa" consiste na realização de oficinas literárias para mulheres., com o foco na escrita autoficcional como forma de organização de pensamentos e sentimentos, a partir da leitura do livro de autoficção “Quem é essa mulher?”, de Milena Carvalho, que aborda temas como violência sexual, maternidade na adolescência, padrões comportamentais de uma educação não feminista, superação e amor.
Sua primeira edição aconteceu em 9 municípios, no interior da região nordeste, e foi selecionado e apresentado como case de sucesso pela FGV/SP e SIMBIOSE SOCIAL, em São Paulo. Assista o evento clicando aqui.
Sou mulher e muita coisa
Contexto
Falar sobre situações traumáticas do universo feminino utilizando a linguagem do amor, e falar de abuso ou violência sexual sem o discurso do ódio, ainda é um desafio em nossa sociedade. No geral as discussões giram em torno do que será feito com o outro. Mas e nós, que ficamos? É preciso pensar no que fazemos depois do trauma, pois as consequências são diferentes para cada mulher, mesmo que ela vivencie a mesma situação.
O projeto vem ao encontro da necessidade de criar um espaço comum e acolhedor exclusivamente para mulheres, onde elas possam sentir-se seguras e motivadas a realizar trocas de experiências e memórias tanto traumáticas quanto afetivas, com o intuito de identificar e modificar padrões comuns entre elas, como a culpabilidade, por exemplo, e de seu entorno.
Mulheres
Há, também, a necessidade de introduzir formas criativas e lúdicas; de estimular, valorizar e resgatar o sentimento de pertencimento e autovalorização nas mulheres nordestinas, especialmente no interior do nordeste onde está o público alvo do projeto.
Mulheres donas de casa, mães, de religião de matriz africana, parteiras, dançantes de grupos folclóricos, artesãs, indígenas, quilombolas carregam experiências particulares culturais, pessoais, estéticas e profissionais que ganham força ao serem compartilhadas.
Milena de Carvalho
“Se a escuta e a fala são partes essenciais nos processos de elaboração, uma vez que desenclausuram e des-silenciam a dor, são também resultado de um espaço comum que torna possível que outras dores sejam desenclausuradas e des-silenciadas, e, assim, evitadas”.
Trajetória
A escritora Milena Carvalho, que divide percurso muito similar ao que é proposto no plano de ação, vem realizando oficinas de escrita criativa e afetiva com públicos diversos, professoras da educação básica, promotoras de justiça, internas de penitenciárias femininas, menores infratoras, que foram extremamente exitosas. Essa experiência despertou na autora o desejo não só de alcançar outras mulheres, nordestinas como ela, mas de ampliar sua perspectiva sobre as nuances deste universo feminino em sua própria escrita e disseminação desta literatura.