A escrita, a princípio, tomou a forma de uma espécie de autoajuda para Milena Carvalho como ferramenta do processo de narração de um trauma sofrido. A recepção do livro pelos leitores adolescentes incentivou a autora a desenvolver um projeto com esse público.
Levando em conta a necessidade de falar sobre o tema da violência sexual contra crianças e adolescentes, o projeto A Cripta da Dor realiza rodas de leitura do Quem é essa mulher? nas escolas e reúne psicólogos, assistentes sociais, advogados e entidades públicas de defesa da criança e do adolescente para esclarecer, refletir e discutir com meninas e meninos conceitos sobre abuso e violência sexual.
A cripta da dor
A escrita, a princípio, tomou a forma de uma espécie de autoajuda para Milena Carvalho como ferramenta do processo de narração de um trauma sofrido. A recepção do livro pelos leitores adolescentes incentivou a autora a desenvolver um projeto com esse público.
Levando em conta a necessidade de falar sobre o tema da violência sexual contra crianças e adolescentes, o projeto A Cripta da Dor realiza rodas de leitura do Quem é essa mulher? nas escolas e reúne psicólogos, assistentes sociais, advogados e entidades públicas de defesa da criança e do adolescente para esclarecer, refletir e discutir com meninas e meninos conceitos sobre abuso e violência sexual.
A cripta da dor
Sobre
A YABÁ FILMES é uma empresa sociocultural que une o cinema, a literatura e outras artes em projetos multifuncionais, tendo como base a busca pelo protagonismo, o autoconhecimento, a cultura da coletividade, a doação, um olhar para a diversidade e para novas áreas integradas. Com projetos híbridos e itinerantes, abrange todo o território brasileiro, com projetos de alcance internacional.
Sua missão é impactar diretamente nos territórios em que atua, utilizando ferramentas potencialmente transformadoras. Em um pacto com a solidariedade, a Yabá Filmes dedica-se a incentivar a auto percepção dos envolvidos como coautores e protagonistas de suas realidades gerando assim autonomia, a partir da mudança de perspectiva e por sua vez reconstruindo a relação com suas próprias histórias, com o outro e com o entorno.
Fundadora
Milena Carvalho é pós graduada em Psicologia Analítica com ênfase em Contos, Sonhos, Mitologia e Artes Dramáticas, pelo Instituto Freedom/FAPRO, em São Paulo. Cineasta formada pela Escuela Profesional de Cine y Artes Audiovisuales de Eliseo Subiela, em Buenos Aires, onde residiu por cinco anos. É também Arquiteta Urbanista, graduada pela Universidade Estadual do Maranhão. De volta ao Brasil realizou aulas de cinema no Complexo do Alemão – Rio de Janeiro, onde as atividades de roteiro e escrita autoficcional serviram de catarse para todos os participantes, especialmente para Milena.
Dedicando-se a estudos de escrita e ao que ela tem de mais potente, publicou o livro de autoficção “Quem é essa mulher?”, que desencadeou em vários processos ressignificativos tanto para a autora, quanto para mais de 2.500 mulheres em todo o Brasil, e hoje alcança voos mais altos. Compreendendo a construção de histórias como uma forma de organização de pensamentos e sentimentos, fundou a Yabá Filmes.
Meu nome é Milena Carvalho. Sou bisneta de Eduarda, menina alfabetizada pelo marido aos 14 anos de idade, quando foi mãe pela primeira vez. Uma de suas filhas, minha avó, fez carreira nos correios selando cartas. Gostava disso. Minha mãe aprendeu com ela muitas coisas, e me ensinou também.
Sou bisneta de Santa, lavadeira analfabeta que trouxe ao mundo meu avô. Um homem trabalhador, inteligente. Cursou até o terceiro ano primário, não falava errado, cometia poucos erros de escrita. Aprendeu onde aplicar c cedilha e dois ésses com a minha avó Bernardete. Essa mulher era letrada. Concluiu o ensino ginasial, estudou contabilidade para agradar os pais, e por satisfação própria se dedicou ao magistério. Tinha admiração por meu avô, o maior auxiliar de sapateiro que Cururupu já teve. Na capital trabalhou em obras, foi chefe, gostava do ambiente de fábrica e construção. Ao lado de minha avó educou bem seus cinco filhos. Bernardete foi uma mãe e tanto. Meu pai e eu nos orgulhamos.
Vovó contava histórias, construía poesias rimadas, fazia acrósticos, escrevia bem. Eu sou mãe desde os 16 anos. Estudei arquitetura, cinema, escrita. Aprendi, sobretudo com os meus.
O projeto é um conjunto de oficinas teatrais para pessoas negras, baseado no livro “No povoado de Deus-bem-sabe”, escrito por Milena Carvalho, uma das ministrantes das ações, e parceira do diretor teatral Kaú Carvalho, proponente do projeto. As oficinas culminarão na montagem e circulação de um espetáculo em Comunidades Quilombolas.